Por Olossaim Leonardo Raboso
Muito comum ouvir falar sobre a classificação das ervas, ervas quentes e frias mas entender o real significado por vezes pode ser complicado, nesse artigo vou tentar simplificar seu entendimento.
Existem diferentes classificações de ervas no que diz respeito ao seu uso ritual.
A classificação das ervas nas comunidades Jêje-Nagô tem como base principal o aspecto das folhas, isso engloba seu tamanho, cor, habitat, cheiro, forma e textura.
O povo Jêje-Nagô atribui plantas de cores escuras a orixás masculino e de cores claras a orixás femininos, sua capacidade de reter líquido também é levada em consideração, uma vez que plantas com essa maior capacidade são atribuídas aos orixás femininos, plantas urticantes e espinhosas são atribuídas ao fogo portanto, são de Exú e Xangô, podendo se estender a Ogum, assim como plantas mais enrugadas são de Obaluaê e Nanã, outras classificações como o tamanho e o cheiro também são muito utilizadas para atribuição aos orixás, porém se formos usar esse sistema, só com um herbário Jêje-Nagô ficaria simples essa classificação, o que facilita é que nesse sistema Jêje-Nagô todas essas atribuições também levam em conta o elemento (água, terra, fogo e ar).
Outra classificação muito comum é quanto sua ação (quente/agressiva, morna/equilibradora, frias/específicas).
Diferente da classificação citada anteriormente essa é muito mais simples.
Ervas quentes/agressivas
São ervas que tem o poder de agredir as energias negativas, assim como são ervas que tem o potencial de agredir fisicamente, podendo causar alergias e irritações, essas ervas que tem o potencial de descarrego são geralmente atribuídas a Exú e Ogum.
Ervas mornas/equilibradores
Como o próprio nome diz, são ervas que equilibram o fator energético do médium, são ervas que podem equilibrar e restaurar energias, o famoso banho de energização.
Ervas frias/específicas
São usadas geralmente após a energização e limpeza, podem ser atribuídas aos bons fluídos energéticos e também como preparatórios para giras.